Estudos têm vindo a relatar os benefícios que saber duas línguas ou mais provocam no cérebro. Esses estudos revelaram que ser bilíngue (dominar 2 idiomas) ou multilíngue (dominar vários idiomas) pode atrasar, por exemplo, a manifestação da doença de Alzheimer. Tal é possível pois os cérebros que
foram treinados a aprender mais de um idioma, estão “mais fortes”. Isto é, têm uma maior capacidade de adaptação e funcionalidade. Comparando um cérebro monolingue e um bilingue com uma teia de aranha, o cérebro que só fala uma língua tem uma teia em que a aranha produziu menos fios de seda, o cérebro que fala mais de uma língua é como se fosse uma teia onde a aranha trabalhou muito e construiu inúmeras ramificações de fios com muitos caminhos possíveis para percorrer. O cérebro bilingue tem uma reserva cognitiva maior, com mais densidade de substância cinzenta e mais conexões neuronais, o que o ajuda a combater o processo de envelhecimento.
A investigadora Evy Woumans, comprovou numa pesquisa com 134 pessoas que as pessoas que falavam duas línguas manifestaram a doença de Alzheimer 4 anos e meio depois das que só falavam uma língua. É que os cérebros que dominam dois idiomas fazem exercício a mais porque nunca desligam o mecanismo do outro idioma. Quando essa pessoa conversa não pode desligar um dos seus idiomas, os dois idiomas estão sempre simultaneamente ligados, o que exige um certo grau de exercício mental.Imaginando um cérebro bilingue que começa a degenerar, esse cérebro terá mais reserva para suprimir os sintomas, está melhor preparado para combater uma doença e esta terá mais dificuldades a instalar-se.
Recentemente estudos têm vindo a demonstrar que saber programar, isto é conhecer a linguagem dos computadores e criar programas informáticos é muito similar a saber uma língua. Um estudo com 17 voluntários, demonstrou através de exames de ressonância magnética que a linguagem natural e a linguagem de programação exigem as mesmas áreas do cérebro. Assim, investigadores têm vindo a dizer que dominar múltiplas linguagens de programação poderá ter o mesmo efeito protetor no cérebro que dominar vários idiomas. O que significa que aprender a programar em códigos também poderia atrasar a doença de Alzheimer.
Estes estudos lançaram sementes para novos estudos surgirem, por forma a aumentarem a evidência científica, pois existem muitas perguntas que estão a aguardar respostas.