O corpo humano pode ser definido como uma “máquina” feita para o movimento.
Nos tempos dos nossos ancestrais o movimento era vital para a sobrevivência, era necessário procurar o alimento, caçar ou mesmo correr
para fugir do perigo. Com a agricultura, a tecnologia e até a culinária, os alimentos ficaram facilmente acessíveis, podendo ser conservados e confecionados de modo mais saboroso e o ser humano já não precisa mais de gastar tanta energia para se alimentar.
Como animal nenhum gasta energia sem motivo, a vida atual está a empurrar o ser humano para o comodismo e o sedentarismo. O sedentarismo cria um desequilíbrio no organismo que provoca acúmulos, esses acúmulos poderão ser em forma de “gordura” ou de excesso de
peso que trará consequências, tais como, maior probabilidade de desenvolver doenças como a Diabetes e a Hipertensão. Estas doenças apesar de serem comuns após os 50 anos de idade, não são inerentes à idade, estão sobretudo relacionadas com o estilo de vida da pessoa.
Na sociedade atual, o ser humano está perante pressões diferentes daquelas enfrentadas pelos nossos antepassados primitivos. Essas pressões estão ligadas frequentemente ao trabalho, ao corresponder com expectativas, cumprir metas, obrigações, etc. Esta tensão permanente gera o chamado stress, que é uma reação orgânica que existe desde os primórdios da nossa espécie, útil para a sobrevivência. Diante do perigo, o organismo produz certas alterações bioquímicas como o aumento das batidas do coração, o aumento da pressão, a deslocação do sangue para os músculos, a libertação de adrenalina, etc. Essas alterações eram gastas a lutar ou a fugir duma ameaça. Hoje em dia, as pressões não são as de enfrentar um leão, mas o organismo reage da mesma maneira embora com menor estimulação. O coração bate um pouco mais acelerado aqui e ali, a pressão fica um pouco fora do normal por uns momentos, mas isto replicado em dias e anos causa um desgaste e aumenta as probabilidades de problemas cardiovasculares, entre outros. Na tentativa de combater o stress, muitas pessoas recorrem ao consumo de tabaco, álcool ou recorrem a medicamentos, nomeadamente para dormir. A melhor solução poderá estar num processo natural utilizado há milhares de anos atrás, o movimento. Está comprovado que o exercício físico produz uma sensação de bem-estar e tranquilidade benéficas para a
saúde.
Se existir um equilíbrio na “fábrica de energia” do nosso corpo muitos problemas poderão ser evitados. O grande risco que o nosso corpo corre é o da falta de atividade, seja ela física, intelectual ou social. Pois ela irá gerar desregulações sejam por acúmulos ou por défices. Essas desregulações aparecem sob o nome de doenças como a Diabetes, a Hipertensão, a Depressão, dependências, que em vários estudos científicos são nomeados como principais fatores de risco para o surgimento de outras doenças, como as doenças neurodegenerativas. Por outro lado, o equilíbrio atinge-se através de vários fatores considerados protetores como o exercício físico, a alimentação variada e equilibrada, a atividade mental e o convívio, pois o ser humano é um ser social, o grupo e a união comportam um sentimento de proteção que é vital; em oposição, a solidão gera emoções negativas que se tornam prejudiciais.
Cuidar da sua saúde é procurar este equilíbrio e manter-se em atividade.