Estudo revela que pessoas com Alzheimer em fase inicial poderão não ter perdido as suas memórias, poderão é ter dificuldade em aceder a elas.
O antigo Nobel da Medicina, Susumu Tonegawa, liderou esta investigação utilizando ratinhos de laboratório geneticamente modificados para terem Alzheimer e outros saudáveis.
Os ratinhos foram colocados a passar num circuito com corrente elétrica no chão, o que lhes causava um choque nas patas.
Os ratos que não tinham Alzheimer e que um dia depois fossem colocados a passar por cima da corrente, ficavam paralisados com medo pois recordavam-se da má experiência anterior. Já os ratos com Alzheimer não manifestavam qualquer reação, evidenciando que não tinham memória do sucedido.
Os investigadores, perante isto, experimentaram estimular zonas associadas à memória no cérebro dos animais com Alzheimer através de feixes de luz azul e constataram que os ratos relembravam-se do choque. E mais, os ratinhos alvos do estímulo luminoso repetido tinham criado nos seus cérebros um maior número de ligações entre os neurónios (sinapses), chegando a equiparar-se aos ratos saudáveis.
A determinada altura da experiência já não foi necessário estimular mais os ratos doentes pois a sua memória tinha sido recuperada e os sintomas da doença haviam desaparecido. Os investigadores calculam que esta técnica poderia funcionar durante alguns meses nos animais e até três anos nos humanos, pois tendo em conta a progressão da doença chega-se a um nível que se perde o que se havia conquistado.
Esta investigação publicada na revista científica “Nature” vem dizer que é possível recuperar memórias que pareciam perdidas. E lança a base para o desenvolvimento dum novo método de tratamento para as fases iniciais da doença de Alzheimer, que a aplicar-se em pessoas teria que cumprir regras de segurança e de ética.