A doença de Alzheimer (DA) poderá desenvolver-se através de vários fatores, que já tivemos oportunidade de os explicitar nos textos deste blog como: o acúmulo da proteína beta-amilóide, problemas no sistema de “limpeza” de resíduos tóxicos do cérebro relacionados com perturbações no sono, genética, problemas de saúde associados e determinados estilos de vida (sedentarismo, tipo de alimentação, reduzida estimulação intelectual).
Estudos brasileiros apontam para uma associação entre Diabetes Tipo 2 e o desenvolvimento da Doença de Alzheimer. Há vinte anos atrás desconhecia-se que o cérebro fosse sensível aos níveis de insulina (hormona que ajuda a glicose/açúcar a entrar nas células do corpo – fonte de energia) hoje sabe-se que existem recetores de insulina em células do cérebro (neurónios), nomeadamente no hipocampo (área responsável pela memória). Investigações comprovaram que a administração de insulina em indivíduos saudáveis melhora a formação de memória. Está comprovado que a insulina funciona como promotor de sobrevivência dos neurónios e das ligações entre eles (plasticidade sináptica). A insulina previne ainda a destruição dessas ligações (sinapses) provocadas pela proteína beta-amilóide (presente na DA). Ora, uma deficiência na via de sinalização da insulina no cérebro tem consequências práticas na capacidade de memorização e aprendizagem. Investigações foram realizadas no sentido de verificar este mecanismo em pacientes com Alzheimer e verificou-se que existia uma redução de insulina e de seus recetores nos seus cérebros, para além disto, estudos têm vindo a concluir que um grande número de pacientes com DA tinha Diabetes, doença associada à desregulação de insulina no organismo.
Com esta nova linha de pensamento poderão desenvolver-se novas formas de tratamento da DA, nomeadamente terapêuticas para aumentar a sensibilidade à insulina.
Recomenda-se habitos de vida saudáveis como exercicio físico e alimentação saudável para prevenir tanto a Diabetes como Alzheimer, estas dicas e o controlo da glicémia no sangue são imprescindiveis para quem já tem diabetes por forma a evitar a ameaça de desenvolver esta demência.
Comparação de um neurónio saudável (A), de um neurónio afetado por substâncias tóxicas abundantes no cérebro dos portadores de Alzheimer (B) e de um neurónio após o tratamento com insulina combinada com o medicamento contra diabetes tipo 2 (C). O neurónio tratado recuperou boa parte das sinapses (ligações) e continuou capaz de desempenhar suas funções.