A conferência da Associação Internacional de Alzheimer, realizada em Julho deste ano, divulgou resultados de investigação realizada no combate à doença de Alzheimer. Em geral, apresentou evidências de que os fatores de risco modificáveis associados ao Alzheimer podem ser realmente armas determinantes no combate ao declínio cognitivo, associado ao envelhecimento e ao aparecimento de demência. Ou seja, os hábitos de cada um podem mesmo atrasar ou acelerar a chegada da doença.
Um interessante estudo chamado ACTIVE, apresentado nesta conferência em Toronto, veio reafirmar a importância do treino cognitivo como um meio para a manutenção da saúde do cérebro; por outro lado, funciona também como um complemento ou alternativa às terapias farmacológicas no retardar do aparecimento do declínio cognitivo.
Os investigadores examinaram, ao longo de dez anos, o impacto de vários tipos de “treino cerebral” em 2785 pessoas saudáveis. Estes participantes do estudo tinham uma média de 74 anos de idade e foram divididos em três grupos de intervenção: 1) aprendizagem de estratégias de memória em sala de aula; 2) estratégias de raciocínio em sala de aula e de treino de velocidade de processamento em computador; 3) grupo controle que não fez nenhum tipo de exercício de capacidades.
Os participantes ao longo de cinco semanas realizaram 10 sessões de treino de sessenta minutos cada. Alguns intervenientes receberam ainda um reforço dessas sessões (mais 4 após um ano do treino inicial e outras 4 três anos depois do início deste trabalho). A avaliação às funções cognitivas destas pessoas foi feita em diferentes fases: imediatamente após as sessões de treino, um, dois, três, cinco e dez anos após o treino.
Dez anos depois, os resultados foram muito claros: apenas o grupo que realizou o treino cognitivo em computador mostrou um impacto positivo significativo no rendimento cognitivo. Mais, foi detectada uma redução de 33% no risco de vir a desenvolver declínio cognitivo ou demência.
Nos participantes que fizeram as sessões de reforço de treino informatizado essa diminuição do risco ainda foi maior, na casa dos 48%. Nos outros dois grupos não existiram diferenças significativas a assinalar.
Os pesquisadores do estudo ACTIVE acreditam que esta foi a primeira grande investigação que pôs em evidência os benefícios do treino cognitivo informatizado na proteção do compromisso cognitivo e do aparecimento de demência. Agora o próximo desafio é tentar compreender que quantidade exata de treino de capacidades é necessária para proporcionar os melhores benefícios possíveis às pessoas.
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