Há muito que as estatinas são utilizadas no combate ao colesterol. O que o mais recente estudo em neurologia da Universidade do Sul da Califórnia (EUA) nos mostra é que a estatina também reduz o risco da doença de Alzheimer.
Os resultados da pesquisa acabam de surgir na publicação Jama Neurology. Julie M. Zissimopoulos, Douglas Barthold e Roberta Diaz Brinton, encabeçam o grupo de cientistas que colocou a seguinte questão: qual a associação entre o consumo de estatina e a incidência da doença de Alzheimer, tanto em homens como em mulheres? Pois bem, o que se concluiu é que a redução da incidência daquela doença varia consoante a etnia e o tipo de estatina administrado a cada paciente.
Para chegar a tais conclusões, foram examinados os registos médicos de 2006 e 2013 relativos a 400 mil consumidores de estatina, com 65 ou mais anos. O que se verificou é que a toma diária da estatina permitiu reduzir o risco da doença de Alzheimer em 12% nos homens; nas mulheres essa ameaça chega a cair 15%.
Mas o grupo de pesquisa não quer entrar em otimismos e avisa que estes ensaios clínicos precisam de ser confirmados. Mais, informam que os médicos devem adequar a cada doente o tipo de estatina que lhe for mais favorável.
Em Portugal, no ano de 2015, no âmbito de uma investigação em medicina, na variante de geriatria, Inês Correia Conde, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, escreveu um artigo onde reviu a literatura publicada sobre os efeitos benéficos e adversos das estatinas na função cognitiva dos idosos.
Nessa reflexão, Inês C. Conde já notava “um efeito preventivo das estatinas sobre o declínio cognitivo em idosos não dementes.” E a investigadora ia mais longe: no que respeita à doença de Alzheimer, “estudos observacionais afirmam que estas podem prevenir os processos neuro-degenerativos”. Ou seja, a investigação portuguesa nesta área está em linha com as evidências científicas agora vindas a público por parte desta equipa de cientistas da Universidade do Sul da Califórnia (EUA).