Um estudo realizado por cientistas da Universidade de Radboud (Nijmegen), na Holanda vem provar que a memória é algo que se treina e é durável. Isso mesmo foi reportado na revista científica Journal Neuron no passado dia 8 de março.
Durante 40 dias, um grupo de pessoas submeteu-se a um treino diário de meia hora usando uma técnica de melhoria estratégica da memória. Ninguém tinha qualquer experiência prévia em treino desta natureza e todos tinham uma memória normal. A estratégia utilizada foi recorrer a exercícios de mnemónica – processo intelectual em que se estabelece uma associação ou ligação para mais tarde a pessoa se lembrar de algo, memorizar um conceito.
Decorrido esse treino intensivo, os participantes mais do que duplicaram as capacidades de memória. De uma lista de 72 palavras, inicialmente recordavam apenas 26. Ao fim dos quatro meses de treino intensivo passaram a recordar-se de 62 palavras. Mais, após uma pausa de quatro meses depois de terminada esta experiência e sem mais nenhum treino, os participantes continuavam a ter um elevado desempenho de memorização.
A observação de imagens do cérebro de participantes, antes e depois da realização deste estudo, mostra que as funções cerebrais destas pessoas ficam muito semelhantes às dos atletas da memória – pessoas que participam em campeonatos internacionais onde se fazem provas de memorização.
Um dos autores deste estudo, Martin Dresler, afirmou mesmo que quem contacte com as estratégias de treino da memória num determinado período, mesmo que não volte a fazer esse “treino” continua a ter um bom desempenho a memorizar.